terça-feira, 13 de outubro de 2009

Os tempos são outros

Ontem, 12 de outubro, foi o dia da criança. Dia que meninos e meninas ganham presentes da família. Uma das épocas de alto faturamento dos lojistas, que, em cada ano, sempre prevêem um aumento de vendas em relação ao ano passado. Mas a infância teve seu período reduzido com os tempos.

Os jovens estão com pressa em crescer e serem adultos, apenas para gozarem dos prazeres que essa idade proporciona. Principalmente as meninas, que, com apenas 12 anos, já começam a frequentar baladas e adoram serem fotografadas pelos sites que registram eventos. Isso chega a ser como epidemia, porque se espalha rápido e não há como controlar. A tendência é cada vez mais se expandir.

Pergunto-me que uma propaganda da linha de brinquedos Barbie, que, vez ou outra aparece nos intervalos comerciais das emissoras de TV, não atrai essas jovens citadas acima. Nesse comercial aparecem garotas bem-crescidinhas que mostram como funciona o IDesign, um brinquedo que permite criar várias peças de roupas para as Barbies no computador.


Na minha opinião, esse comercial atrai apenas as meninas de até 10 anos. Passou dessa idade, os interesses já são outros. Andar em grupinho com as amigas e frequentar as melhores baladas da cidade. Os "urubus de plantão", que adoram carne fresca, agradecem.

Já os meninos valorizam um pouco mais a infância, mas, mesmo assim, reduzem o tempo dessa fase. Eles têm pressa de começar a "pegar as gatas", para se sentirem homens de verdade e fazerem grau com os amigos. Elas agradecem por esse comportamento.

Esse exemplo é visto no seriado "Drake & Josh", exibido nas manhãs da TV Globo. Na história, os dois personagens principais são meio-irmãos porque a mãe de Drake namora o pai de Josh e todos dividem a mesma casa. Drake é o típico cara boa-pinta. Adora guitarras e sempre consegue se dar bem com as garotas. Josh é um gordinho atrapalhado que só se dá mal, mas muito CDF.


E é óbvio que a maioria das garotas de hoje preferem um cara como o Drake. A ficção ilustra a realidade, mas você acredita que esse exemplo serve de lição? Não, definitivamente não. Apenas alimenta a idéia de que na sociedade, o bom é ser malandro, e, que, por isso, todo malandro é bem-sucedido. Por isso, e por outras razões mais fúteis do que essa, que o Brasil é assim. Cheio de riquezas, mas que não cresce por causa de malandros que governam nosso país. E se o brasileiro ainda reclama porque o país está nessa situação, deveria olhar para o espelho.

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